sábado, maio 24, 2008

FINALMENTE CHOREI POR RUI COSTA

É verdade. Hoje finalmente chorei a despedida do meu ídolo do mundo do futebol. Chorei como em tempos também chorei por Ayrton Senna. No entanto desta vez o choro foi por motivos menos trágicos. Rui Costa só se despediu dos relvados.

Pode parecer um exagero para quem não me conhece, mas explico facilmente.

Em 1991 invejei Rui Costa e os outros porque com a minha idade, na altura 19 anos, estarem a viver um momento único nas suas vidas, no seu país, perante o seu povo, fazendo o que eu mais gostava de ter feito, jogar futebol. Invejei, não por maldade, mas porque eu queria ser um deles e nunca poderia.

Mas para além disto, Rui Costa sempre representou o tipo de jogador que eu considero ser a essência do jogo: Maestro, aquele que faz a orquestra tocar, Cavalheiro, é respeitado por todos os adversários. E que bem que ela o fazia. Não através do individualismo, mas através daquele tipo de jogo que (quem me conhece sabe que) é o que gosto de fazer, de jogar. Passes retirados da cartola e para onde mais ninguém se lembra de os fazer. Jogar para a equipa. Não brilhar, porque quem tem de brilhar é a equipa. O todo. Talvez por isto nunca foi considerado o melhor do mundo, mas para mim foi.

E Rui Costa teve o dom de me proporcionar alguns dos momentos que recordo com alegria e saudade e que daqui a muitos anos certamente contarei aos meus netos: Eu estava no Estádio da Luz, com a minha mais que tudo ao meu lado e vi ">'>TUDO ISTO ao vivo. E o Rui lembrou-se de abrir as portas para uma festa impressionante, com um golo magnífico que pôs todo o estádio a pular, gritar, dançar, sei lá!!!

Sinto pena dele deixar os relvados, mas sinceramente até nisto foi inteligente, porque sai por cima, embora não em resultados, mas certamente pelo seu pé e não empurrado e sem glória. Sai com 55.000 pessoas a aplaudirem de pé e mais não sei quantos milhões a aplaudirem através das televisões. E se acham que eu sou exagerado, basta só ouvir os depoimentos de quem contra ele jogou e ler a carta que o Milan mandou para Rui Costa no dia em que ele deixou de jogar no seu Benfica.

Isto é o que o Futebol devia ser.

Isto é o que o Futebol é.