O candidato
Nos turbulentos dias que atravessa a Liga Portuguesa de Futebol Profissional tudo serve de notícia e há quem não perca a oportunidade de meter-se em bicos de pés aspirando a altos voos, desejando como abutres a apetecível cadeira do poder.
Desde logo um dirigente de um clube tratou de por o seu nome na ribalta e nas capas dos jornais, como possível sucessor do major.
O dirigente em causa, de um momento para o outro e sem perceber-se bem como, fez uma grande fortuna pessoal, e (qual egocêntrico) deu o seu próprio nome ao estádio de futebol do clube a que preside e de que é “dono”.
Neste momento é indiciado num crime de corrupção activa e constituído arguido do caso Apito Dourado com base numa escuta telefónica de uma conversa sua com o empresário António Araújo, ligado a Pinto da Costa e ao FC Porto. Ao que parece, na conversa com o empresário o dirigente em causa fala em “trabalhar o árbitro”. Quando confrontado com essa situação respondeu com convicção: “É claro! Repare, se eu disser ´vamos trabalhar o árbitro` aos meus jogadores, isso significa o quê: você tenha atenção que esse árbitro tem essa característica; não se pode falar com ele, não se pode entrar de lado com violência.”.
Tem toda a razão, essa é uma conversa para se ter com os jogadores, agora quando se tem essa mesma conversa com alguém exterior ao clube, estamos no campo da corrupção.
Como se já não bastasse um presidente envolvido no processo Apito Dourado, a Liga (se os clubes assim quiserem) prepara-se para manter a mesma linha e ter outro presidente que fez toda a sua caminhada no futebol por caminhos obscuros e muito pouco transparentes, ou toda a gente já se esqueceu porque razão o Santa Clara não subiu à Liga de Honra na época 96/97?
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