O IRS E OS JOGADORES

Há uma coisa que eu não gosto, que é a demagogia e o populismo.
Neste caso acho que os 2 conceitos estão em causa.
As coisas têm que ter uma lógica e esta lógica não pode mudar por as pessoas ganharem muito ou pouco dinheiro, porque, por exemplo, senão um deficiente que ganhasse muito dinheiro deixava de ter determinados benefícios.
Os futebolistas não tinham um regime específico de IRS por especial favor.
Tinham porque a profissão é de desgaste rápido, ou seja, o período de actividade é mais curto do que o de um trabalhador normal.
E esta é que é a questão.
O jogador não tem culpa de receber o que recebe, quem lhe paga é que paga porque quer ou pode.
E estes sim é que deveriam ser investigados para ver se têm ou não capacidade de pagar o que prometem e de onde vem este dinheiro.
Que se reduzisse a percentagem do benefício era perfeitamente aceitável, até porque está a ser pedido a todos que façam sacrifícios, agora que se deixe de considerar o desporto uma profissão de desgaste rápido, isto é que não.
Até porque alguém está disposto a pagar um bilhete para ver um jogo com gajos de 60 anos dentro do campo?
É porque já agora, podemos aumentar a idade de reforma dos jogadores para os 65 anos.
A política não pode ser demagógica (como os jogadores ganham muito têm que pagar mais) nem populista (vamos tentar calar as pessoas mostrando que os gajos do futebol também vão levar).
No limite o que pode acontecer até é o Estado arrecadar menos dinheiro, porque os bons (que são os que ganham muito dinheiro) não vão querer ficar em Portugal e só vão vir os que mais ninguém quer e a preços de saldo, originando menos receitas fiscais, para já não falar das outras.
Vamos assistir a mais um fenómeno de deslocalização de Portugal para outros países com fiscalidade mais favorável ou julgavam que era só com as empresas?