Vender muito e dar prejuízo… algo não está a funcionar como devia, ou estarei enganado?!?!?!?!

Muito se tem criticado a direcção da SAD portista pela venda do prodígio brasileiro Anderson ao Man. Utd. Tem se dito que a saída foi prematura e que o negócio não foi, de todo, favorável ao FC Porto… Para mim, há coisas bem mais preocupantes…
Como aqui já tinha dito, não embarco na crítica fácil e direccionada à direcção portista pelo facto de ter “prescindido” dos serviços do mais promissor e mágico jogador do plantel.
Sim, todos nós já percebemos que dos 30 milhões pagos pelo Manchester Utd, há uma significativa quantia que não vai ficar nos cofres do clube. Entre comissões, direitos desportivos do jogador e outras “especificidades”, é óbvio que uma parte bem significativa desse dinheiro não fica no Dragão.
Porém, e mesmo tendo em conta tudo isso, temos de ter em conta que há um “pormenor” no meio desta história toda de que ninguém se pode esquecer, isto é, a vontade do jogador. Sempre ouvi dizer que um jogador contrariado no plantel é das piores coisas que pode haver. Se a vontade do jogador era sair do clube para outro de maior dimensão quer financeira, quer desportiva e inserido no melhor campeonato da actualidade e se o Manchester apareceu de rompante a oferecer os tais 30 milhões (considerando as tais especificidades que reduzem muito esse valor), acho que era complicado Pinto da Costa impedir a saída do brasileiro! Aí, acho que não se podem apontar muitas culpas ao presidente portista.
NO ENTANTO, e como em quase tudo há um fatídico MAS, o que realmente me preocupa, não só a mim como também a todos os que gostam e simpatizam com o clube, é o destino a dar ao dinheiro resultante dessa venda.
É sabido que, nos últimos anos, o FC Porto tem arrecadado muitos milhões de euros resultantes da venda dos magníficos jogadores que por lá têm passado! Sem fazer grande esforço de memória, lembro-me das milionárias vendas de Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Deco, Maniche, Costinha… Só as vendas desses jogadores todas juntas devem contabilizar algumas dezenas de milhões de euros! Dessa forma, começa a ser alarmante que a SAD portista (à excepção de 2004) continue a apresentar, todos os anos, prejuízos atrás de prejuízos. Para esses prejuízos muito devem ter contribuído as doses industriais de jogadores contratados por motivos tão estúpidos como: comprar o jogador A para ele não ir para o Benfica ou Sporting, comprar o jogador B para seguidamente lhe emprestar ou comprar o jogador C só para engordar as contas bancária desses parasitas do futebol, os denominados “comissionistas”. Tudo isto faz um mal imenso ao clube e Pinto da Costa, dado o seu grande e mais que comprovado amor ao mesmo, devia perceber que a política de contratações do FC Porto à muito que entrou por caminhos pouco claros…
Aliás, a recente contratação do ex-jogador da Académica Lino é o espelho do desnorte em que a política de contratações do FC Porto (com as excepções dos Andersons, Luchos e Lisandros) tem vindo a cair nos últimos anos. Lino é defesa-esquerdo… para este lugar há Cech, há Fucile e há Mareque…para quê ir buscar mais um defesa-esquerdo?!?!?! Porque é que não se faz uma aposta mais séria e efectiva nas camadas jovens do clube?!?! Jogadores como Bruno Vale, Hélder Barbosa e Ivanildo, na minha óptica, têm lugar no plantel portista…
Concluindo, se à receita resultante da venda de Anderson, o FC Porto não juntar uma criteriosa, lógica e bem fundamentada política de contratações (não ir buscar meia dúzia de brasileiros e argentinos de qualidade duvidosa!), então os prejuízos para a equipa de futebol e respectivos resultados poderão ser inimagináveis… E os prejuízos continuarão…