domingo, maio 27, 2007

COMENTÁRIO QUE PUBLIQUEI NO DESPORTO NA TERCEIRA

Decidi publicar aqui um comentário que coloquei NESTE POST do blog Desporto na Terceira.
"O voleibol ao contrário por exemplo do basquetebol tem um problema grave que é o facto de não haver alguém na Federação a pensar efectivamente o desenvolvimento da modalidade.Anualmente são alteradas regras ao bom sabor de interesses que claramente não são os do voleibol.Concordo com a limitação de estrangeiros, mas não tenham dúvidas que (no voleibol e nos próximos anos) isto ia trazer um decréscimo de qualidade nos campeonatos.No voleibol trata-se a não limitação de estrangeiros como uma fonte de rendimento para a Federação e as Associações.Por exemplo não podemos pegar nos melhores atletas sub-21 de Portugal e po-los todos na mesma equipa e depois obrigar as equipas a jogarem com um sub-21, porque isto não desenvolve o referido jogador.Não concordo nada com a questão do atleta açoriano ter menos qualidade do que o continental.Ao atleta açoriano, aliás como todo o açoriano em geral, puseram uma ideia na cabeça: SOMOS MAUS E PRECISAMOS DE AJUDA PARA TER AS COISAS.O atleta açoriano não tem é disponibilidade nem aposta no desporto, porque os que o fazem a 100% têm sucesso, veja-se alguns exemplos (e desculpem ser exemplos só da minha ilha):- Carlos Silveira no voleibol;- João Botelho no futebol;- Nuno Carvalho no Judo;Esta época na divisão A2 não vi muitos jogadores com qualidade muito superior aos da minha equipa. O que vi foi outra garra, postura e entrega no jogo, qualidades que nos últimos jogos a minha equipa finalmente mostrou, mas que já era tarde.Talvez o feitiço se tenha virado contra o feiticeiro, ou seja, nos Açores foram criadas condições para as nossas equipas que não se vêem em nenhuma parte do país, nomeadamente no que diz respeito a instalações desportivas, apoios oficiais, horários de treino e condições para fazerem parte da equipa, o que infelizmente criou um sentimento de facilitismo e desresponsabilização.Não preciso de esforcar-me, porque tudo vai ser-me dado.Sabiam que no continente o jogador "perde" 4 horas para ir treinar (contando com 1 de deslocação para cada lado), que muitos pagam para jogar, que nas deslocações os jogadores têm de contribuir com dinheiro, que treinam em pavilhões sem condições (muitos dos quais nós jogamos neles e por isto temos conhecimento) e a horas completamente impróprias?Talvez por isto quando chegam dentro do campo parece que comem os tacos do pavilhão, que estão sempre no sítio certo e que têm sorte porque a bola bate sempre num e vai para o ar.É que eles estão lá porque querem e gostam e têm prazer e disponibilidade mental para lá estarem.Gostava de fazer aqui um parentisis nesta questão de ter jogadores açorianos nas equipas açorianas.Isto é uma demagogia e histeria.Nas equipas séniores não pode haver preocupações de formação. Tem que existir preocupação de resultados.Em nenhuma modalidade em nenhuma campeonato importante existe qualquer preocupação em ter jogadores locais, porque interessa é ter os melhores.Aliás é uma perfeita falásia as pessoas dizerem que querem é açorianos nas equipas, porque se estes lá estiverem e não aparecerem os resultados os adeptos são os primeiros a criticar e abandonar o barco.O trabalho importante que tem de ser feito é ao nível da formação onde todos temos de investir para dar a mentalidade e qualidade necessária para que o atleta açoriano quando chegar a sénior seja uma aposta tão ou mais válida do que outro atleta qualquer. Neste momento a forma como a nossa formação está a ser trabalhada nos Açores não permite isto.Para além disto todos os que estão por fora das modalidades têm também que mudar a sua mentalidade e forma de apoiar, porque não foi pelo facto dos Antigos Alunos terem equipas só com açorianos que sentiram ou receberam mais apoios quer nas bancadas, quer na carteira (LOL).Por isto considero uma discussão estéril esta dos atletas açorianos.Voltando à questão dos estrangeiros e do voleibol, considero que a Federação deveria ter muito mais cuidado com a atenção a disponibilizar à formação e às divisões inferiores, porque isto permitia alargar a qualidade a outras cidades e outros jogadores, alargando assim a base de captação e desenvolvimento da modalidade.Não é por uma equipa estar numa 2ª divisão que não merece o mesmo respeito que uma que está na A1 e quando falo em respeito é por exemplo haver árbitros isentos que não sejam da Associação da equipa da casa, haver delegados da Federação que façam uma avaliação das condições oferecidas nos jogos, na própria A1 ser dado o mesmo tipo de atenção por parte da Federação a um jogo entre o 10º e 12º e o 1º e 2º, porque ambos estão a jogar voleibol e o desenvolvimento de uma modalidade não se faz só em 3 ou 4 jogos, mas ao longe de todas as jornadas e por todas as equipas.Mas para isto é necessário que quem está à frente das coisas esteja preocupado com o voleibol e não consigo, com A ou com B.".

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