E RECINTOS COBERTOS?
À já algum tempo que estou para escrever sobre isto, mas a oportunidade tem escasseado.
Durante a alteração temporária de residência a que me ofereci durante o mês de Agosto, nas minhas idas e vindas dos Mosteiros tive oportunidade de reflectir sobre vários assuntos e um deles foi se existe mesmo vontade de por a nossa população a fazer actividade física.
Esta dúvida surgiu-me ao observar as infraestruturas para este fim que existem nas freguesias.
Todas, mas todas sem excepção são ao ar livre.
Ora isto numa região onde a chuva e humidade são uma companhia (indesejada) na maioria dos meses do ano, leva-me a questionar a verdadeira e real vontade em por um maior leque de população a praticar actividade física.
Não teria sido uma política muito mais inteligente apostar em recintos cobertos que permitissem a prática de desportos de pavilhão, quer individuais (artes marciais, ténis, ginástica, fitness), quer colectivos (futsal, voleibol, andebol, basquetebol), quer outras actividades de cariz social (folclore, teatro, bailes, aulas físicas para idosos, dança).
Em vez de estarem a construir campos de futebol de 11 e polivalentes, sedes, etc. um outro tipo de recintos cobertos abria um leque muito maior de posibilidades a uma muito maior franja de população.
Mais uma vez foi-se pela vertente da imagem e da caça ao voto, do que da efectiva vontade (necessidade) de por o máximo de população a desenvolver actividade física.
Já agora para quem possa achar que a minha opinião tem a ver com o facto de dirigir um clube desportivo vou deixar aqui alguns exemplos da falta de espaços que seria colmatada pela aposta neste tipo de equipamentos desportivos e sociais:
- juntem um grupo de amigos para jogar futebol de solteiros e casados (sem ser de competição) e procurem um recinto para o fazer com regularidade;
- aos sábados às 11h num Pavilhão da nossa cidade junta-se um grupo muito heterogéneo para brincar ao voleibol, constituído por homens e mulheres, dos 13 aos 60;
- o futsal é uma das modalidades com mais potencial para levar pessoas a praticar desporto porque alia algo que todos gostam (futebol), com a necessidade de um número mais reduzido de participantes (se tivermos 11 jogadores de futebol numa freguesia não se faz uma equipa de futebol, mas podemos fazer 2 de futsal, pois com 10 já jogamos) e sendo possível de praticar num espaço muito mais reduzido (campo mais pequeno que o de futebol 11) e abrigado do mau tempo (o que permite praticar mais vezes no inverno, levando também mais gente a assistir, porque não sofrem os efeitos do mau tempo).
Na nossa região o sucesso desportivo está muito mais ligado a actividades de pavilhão do que de ar livre, basta assistir às Galas do Desporto Açoriano.
E se assim é, porquê a aposta em sentido contrário no que diz respeito às infraestruturas?
São as visões políticas que falam sempre mais alto do que as ideias das pessoas que ocupam os cargos. Sim, porque não tenho dúvida que eles as têm e sabem o que devia ser feito, só que infelizmente optam erradamente.
O exemplo que sempre me fez muita confusão foi, em tempos idos, a aposta num campo de futebol de 11 nos Mosteiros, porque havia uma equipa de futebol 11 que se extinguiu mal o campo ficou pronto...
Etiquetas: DESPORTO, ORGANIZAÇÃO
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