terça-feira, janeiro 30, 2007

Encantos da História…

Considerando-me um cidadão sério e honesto, aprecio acima de tudo a transparência em todos os domínios da sociedade, seja no futebol, na política ou noutra qualquer área.
Dito isto, não poderia deixar de exigir que num processo judicial iniciado em 2004, a que se denominou “Apito Dourado”, se apure toda a verdade doa a quem doer, mesmo que isso ponha em causa os muitos sucessos alcançados pelo meu clube ao longo dos últimos anos. Disso ninguém tenha dúvidas!
Contudo, há um conjunto de situações decorrentes deste mesmo processo que me criaram um sentimento de estupefacção total. Uma dessas situações é a postura demonstrada por alguns agentes desportivos (dirigentes!) face ao decurso de todas as investigações relacionadas com o dito processo. Temos como exemplo evidente a atitude dos dirigentes de um clube que, não fazendo parte das minhas preferências clubísticas, tem uma história ímpar e gloriosa no futebol português, e é exactamente isso que torna o comportamento desses dirigentes lamentável e desnecessário.
Os esforços diários que o Sr. Presidente do SL Benfica (o tal clube de que falava…) tem em mostrar a sua preocupação face aos desenvolvimentos da investigação decorrente do dito processo e até os insistentes pedidos dos sócios desse clube para que a Liga e Federação se constituam como assistentes do processo seriam, em teoria, situações louváveis e que só contribuiriam para o apuramento de TODA a verdade. Porém, existe algo que as pessoas tendencialmente esquecem: a HISTÓRIA do futebol português, não só aquela que começa desde a década de 80, mas sim a iniciada nos anos 30/40 do século XX.
Neste contexto, acho relevante partilhar convosco a história abaixo reproduzida, história essa que servirá para se avaliar a moralidade dos dirigentes desse clube quando ditam as suas sentenças acerca do processo “Apito Dourado” e sobre toda a corrupção que, segundo eles, desvirtua a verdade dos campeonatos, sobretudo os ganhos pelo Futebol Clube do Porto.
Corria o mês de Março do ano de 1959, altura em que se disputava a última jornada do nacional da 1ª divisão. FC Porto e Benfica estavam empatados no cimo da tabela. Para vencer o campeonato OS ENCARNADOS TERIAM DE GANHAR O ÚLTIMO ENCONTRO POR UMA VANTAGEM SUPERIOR EM 4 GOLOS ÁQUELA QUE OS PORTISTAS CONSEGUISSEM!
Resultados finais: Torriense 0-3 FCP e Benfica 7-1 CUF.
Conclusão: FCP campeão nacional por um golo de diferença!
Pormenores (!!!!) do jogo Benfica-CUF:
1º - O árbitro deste jogo, Inocêncio Calabote, começou o jogo da Luz 5 minutos (!) depois do jogo de Torres Vedras.
2º - Foram assinalados três penalties a favor do SLB e três jogadores da CUF receberam ordem de expulsão.
3º - Tempo de descontos: 7 (!!) minutos.
4º - Tivesse ganho o SLB por 7-0 ou 8-1 e seria campeão nacional! Ganhou por 7-1…
PERGUNTA: Se, como dizem, Pinto da Costa teria como costume “aliciar” os árbitros dos jogos do FCP ao longo das duas últimas décadas, terá isso sido suficiente para “COMPENSAR” os autênticos roubos de igreja (não, talvez roubos de Vaticano!!!) que o FCP sofreu até à década de 80, aquela em que Pinto da Costa assumiu a liderança do clube nortenho?!?

3 Comments:

At 10:41 da manhã, Blogger Simão Pfc Neves said...

Toda a razão neste post.
Contudo nunca é demais relembrar que naquela altura o paí vivia num regime que não era de direito e onde tudo o que interessava era instrumentalizado, como foi o caso do Benfica, de Eusébio, de Fátima e do Fado.
O que não é entendível é que nos tempos de hoje se permita o mesmo tipo de coisa.
No entanto, também acho que o Predidente do Benfica já mete nojo com as intervenções que tem, ainda por cima quando os resultados que a equipa tem apresentado só se devem a si própria e às decisões internas.

 
At 12:22 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Infelizmente, poucos benfiquistas demonstram a tua seriedade e honestidade intelectual na análise a tudo o que diz respeito ao Benfica!
Relativamente ao Sr. Vieira, queria relembrar aos benfiquistas que tanto o veneram que, com o Sr. Vale e Azevedo também se passou exactamente o mesmo! Era um autêntico HERÓI que afrontava tudo e todos em nome do "seu Benfica"! Posteriormente, o amor de Vale ao "seu Benfica" ficou bem evidente quando o mesmo exigiu dinheiro que, segundo ele, teria emprestado ao clube do coração!
Muito sinceramente, tenho pena que uma instituição com a grandeza INEGÁVEL do SLB esteja entregue a gente deste calibre!

 
At 2:15 da tarde, Blogger Simão Pfc Neves said...

No caso de Vale e Azevedo ele personifica exactamente o chico esperto que se aproveita da irracional paixão dos adeptos de futebol para seu proveito próprio, qual pastos daquelas igrejas malucas que vemos nos EUA.
Parecia tudo hipnotizado.
O pior foi depois.
No caso de LF Vieira acho inegável a mudança organizativa, económica e financeira que ele deu no Benfica, mas claro que isto acaba por não ter a visibilidade que alguns pretendem e neste momento ele está tentado a cair na armadilha do mediatismo.
E não tem necessidade disto, porque o futebol TEM que ter uma fórmula muito simples:
PROVAVELMENT MELHOR PLANTEL => PROVAVELMENTE MELHOR EQUIPA => PROVAVELMENTE MELHORES RESULTADOS
Esta é que é a beleza do desporto e não o ganhar a qualquer preço.

 

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